Constipação (intestino preso)

É um sintoma comum durante o tratamento oncológico. Caracteriza-se por evacuações pouco frequentes (inferior a três vezes por semana) ou pela dificuldade para evacuar, o que se manifesta durante várias semanas ou mais. As causas mais frequentes são as alterações na dieta, como a diminuição da ingestão de líquidos e/ou alimentos ricos em fibra, a diminuição ou a falta de exercício físico, e a administração de determinados medicamentos próprios do tratamento. Tudo isso pode diminuir os movimentos intestinais, fazendo com que as fezes não absorvam água e se tornem secas e duras. A evacuação se tornará difícil e poderá se acompanhar de dor e desconfortos.

O QUE RECOMENDAMOS?

  • Beber ao longo do dia, entre as refeições, muito líquido, seguindo as recomendações da sua equipe assistencial de acompanhamento.
  • Principalmente à base de água, mas também alguns chás, caldos de legumes, sucos naturais de frutas e legumes com polpa (ameixa, laranja, abacaxi, tomate etc.).
  • Evitar chá preto ou outras infusões adstringentes (que causam aquela sensação que “amarra” na boca).

Todo dia, se possível à mesma hora, é recomendável sentar-se no vaso sanitário, mesmo que, em um primeiro momento, não ocorram evacuações.

Aumentar o consumo de fruta fresca e verduras (preferencialmente cruas), leguminosas, cereais e derivados integrais, cogumelos e frutos secos/oleaginosas. Salada de lentilhas com cebola, tomate e milho; Ervilha refogada com cebola e champignon; Espinafre com passas e pinhão; omeletes com espinafre, berinjela refogada, etc.). Ao elaborar cremes, purês, sucos ou vitaminas, não coar as preparações, a fim de não eliminar as fibras. Importante que esse aumento de consumo seja sempre acompanhado de muito ingestão hídrica ou de outros líquidos, para não agravar mais o sintoma em questão (intestino preso).
Exemplos de pratos para introduzir mais fibra no almoço e jantar
Preparações com cereais integrais ou leguminosas com vegetais, frutas desidratadas ou frutos secos/oleaginosas:

  • Salada de arroz integral, pepino, cenoura ralada, sementes e uvas-passas.
  • Salada de lentilhas com cebola, tomate e milho.
  • Salada de cevada e amendoins
  • Endívias recheadas com quinoa e frutos secos/oleaginosas
  • Hambúrguer de feijão-branco, lentilha e arroz integral
  • Pimentão recheado com trigo e tofu

Pratos cozidos/refogados:

  • Ervilha refogada com cebola e champignon.
  • Espinafre com passas e pinhão.
  • Salada de cevada e amendoins
  • Soja à marinheira
  • Caçarola de aveia com legumes
  • Galinhada com couve manteiga

Omeletes/ovos mexidos:

  • Omelete: de espinafre, de berinjela, de ervilhas, de champignon, etc. Omelete cremosa com parmesão e orégano.
  • Ovos Mexidos: com alho, com alcachofras etc.

Legumes e cogumelos:

  • Sopas e Cremes de legumes (sem coar).
  • Legumes e cogumelos no vapor, no micro-ondas ou grelhados.
Alimentos para beliscar entre as refeições
  • Granola, cereais matinais integrais (sem açúcar).
  • Iogurte natural com: aveia e passas, nozes e passas, sementes e frutas etc.
  • Pipoca caseira.
  • Um punhado de frutos secos/oleaginosas.
  • Um punhado de frutas desidratadas: passas, ameixas, damascos etc.
  • Fruta inteira com casca: maçã, uva, pera, pêssego, ameixa etc.
  • Fruta sem casca: manga, abacaxi, romã etc.
  • Picolés e sorvetes caseiros de frutas.
  • Grissinis integrais ou com cereais e sementes.
  • Sanduíche de pão de fermentação natural/100% integral com o recheio de preferência, , respeitando as características dos alimentos que devem ser mais consumidos em virtude da constipação.

Como marmelo, banana, arroz branco, pão torrado, maçã cozida ou compota.

Exceto nos casos em que o tratamento foi acompanhado de um aumento de peso e, mesmo assim, consultar um nutricionista antes de evitar essa recomendação.

Caminhar todo dia entre 20 e 30 minutos no mínimo. Se não for possível, mobilizar o intestino com pequenas massagens rotativas sobre o abdome no sentido horário.
Mas lembre-se, a atividade física deve ser realizada apenas após a liberação do seu médico.

Não tomar laxantes sem consultar o especialista.