Denomina-se ileostomia quando se realiza a abertura (estomia) no intestino delgado. Nas ileostomias as fezes são eliminadas praticamente durante todo o dia e costumam ser líquidas (com uma cor mais amarelada) ou pastosas, já que não puderam percorrer todo o intestino grosso adequadamente (onde a água é absorvida e as fezes endurecem). Além disso, essas fezes, por conterem enzimas digestivas, são irritantes em contato com a pele ao redor do estoma.
A quantidade normal de fezes eliminadas (também chamada de débito) é de 500 a 1.000 mL por dia, o que corresponde a uma ou duas bolsas de ostomia cheias até a metade aproximadamente (dependendo do tipo de bolsa utilizada).
Quando a quantidade de fezes eliminadas se encontra dentro desses limites, considera-se uma ileostomia normofuncionante e recomenda-se seguir uma dieta baixa em fibra, com controle dos alimentos que estimulam o movimento intestinal; utilização de cocções suaves e com pouca gordura, e garantia de um aporte hídrico adequado.
Quando a quantidade de fezes eliminadas é maior que 1,5 L (1.500 mL) ao dia (3-4 bolsas ao dia), considera-se ileostomia de alto débito e recomenda-se seguir uma dieta muito baixa em fibra e em alimentos que estimulem o movimento intestinal, utilizar cocções suaves e com pouca gordura e garantir um aporte hídrico adequado.
Em um ambiente relaxado, com a boca fechada e mastigando muito bem, a fim de evitar a formação excessiva de gases e a saída de pedaços grandes de alimento pela ostomia (mastigar pouco aumenta o risco de obstrução).
Jejuar ou pular refeições aumenta a eliminação de fezes líquidas e de gases.
Podem interferir na correta adaptação da placa da bolsa.
Ser portador de uma ileostomia pressupõe maior risco de desidratação, uma vez que, diariamente, perde-se pela ostomia uma quantidade de líquidos e minerais que, em condições normais, seriam reabsorvidos no cólon. Para perdas superiores a 1,5 L/dia, seguir as recomendações para o caso de diarreia e assegurar uma hidratação adequada: beber água, bebidas isotônicas (com pouco ou nenhum conteúdo de açúcar) ou soro oral, sucos de fruta coados, batidos ou chás de maneira frequente, mas em goles pequenos e, preferencialmente, longe das refeições. Recomenda-se limitar as bebidas estimulantes do peristaltismo (café, suco sem coar) e sugerem-se bebidas reidratantes. As gelatinas caseiras também podem ser uma opção para hidratar-se.
Bebidas recomendadas em caso de perdas elevadas pela ileostomia | ||
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Após a cirurgia é aconselhável verificar a tolerância à lactose de forma gradual. Recomenda-se começar com uma dieta baixa em lactose, à base de leite e queijo fresco sem lactose e derivados fermentados, como o iogurte ou o queijo curado (baixos em lactose por natureza). Se forem bem tolerados e as perdas pela ostomia não aumentarem, os laticínios com lactose poderão ser incorporados gradualmente, começando pelos queijos e iogurtes, e, por fim, o leite, em pequenas quantidades.
No caso de ileostomia de alto débito (mais de 1,5 L/dia ou 3-4 bolsas), realizar uma dieta muito baixa em fibra, com alimentos que não estimulem o movimento intestinal, utilizando cocções suaves e com pouca gordura.
Exemplo de cardápio para planejar a alimentação em caso de ileostomia de alto débito | ||||||||||||||||
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No caso de ileostomia normofuncionante (menos de 1,5 L de fezes ou 1-2 bolsas ao dia) realizar uma dieta baixa em fibra, com alimentos que não estimulem o movimento intestinal, utilizando cocções suaves e com pouca gordura. A tolerância às leguminosas é muito variável, por isso se recomenda consumi-las de vez em quando, optando sempre por leguminosas sem casca, passadas pelo amassador ou processador de alimentos. Se a tolerância for boa, também podem ser consumidas sem passar pelo amassador ou processador, mas sempre bem mastigadas e misturadas com cereais (arroz, macarrão etc.) ou tubérculos (batata).
Exemplo de cardápio para planejar a alimentação em caso de ileostomia normofuncionante | |||||||||||||||
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Restringindo e/ou moderando o consumo de alimentos ricos em fibra.
Alimentos permitidos e contraindicados na alimentação baixa em fibra moderada | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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É importante saber os alimentos que podem provocar obstruções, diarreias e gases ou alterar a cor das fezes, a fim de poder fazer alterações de uma maneira rápida e melhorar as distintas situações.
Quando se tem uma ostomia, a ingestão de determinados alimentos ou alterações na dieta podem implicar em modificações perceptíveis e que podem gerar algum desconforto.
É importante ir incorporando alimentos e preparações pouco a pouco, para avaliar seu comportamento e tolerância. A tolerância individual a cada alimento pode ser muito distinta. Os sintomas que nos indicam má tolerância a determinado alimento são: náuseas, vômitos, barriga inchada ou aumento da quantidade de evacuações líquidas pela ostomia ou mesmo evacuações com pedaços.
Uma boa alternativa é utilizar um diário de alimentos.
Situações e alimentos a considerar quando se tem uma ostomia | ||||||||||||||||||
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